Apesar de se tratar de um item básico para o funcionamento do carro, muitas pessoas não entendem a real importância da bateria automotiva, nem como ela funciona ou como agir nas situações adversas que normalmente ocorrem por conta do mau uso dela.
Para que serve:
A bateria automotiva nada mais é do que uma acumuladora de energia. Sua função é ter reserva disponível para ser entregue ao carro sempre que ele precisar, ou seja, na hora de acionar o motor de partida (ligar o carro) e para ligar qualquer item eletrônico (som, luzes internas, faróis etc). Mas, agora, você deve estar se perguntando: como que essa energia não acaba? Muito simples! O sistema elétrico do carro possui um alternador que recarrega a bateria quando o motor está ligado, dessa forma aquela energia sempre estará disponível.
Como funciona:
Agora que a gente sabe a função da bateria, é bom entendermos como funciona cada um de seus componentes:
Caixa: carcaça que envolve todos os outros componentes da bateria. Feita hoje de polipropileno ou policarbonato, apresenta grande resistência a vazamentos, mantendo bem isolada a estrutura responsável por acumular a energia.
Polos: terminações que ligam a bateria ao sistema elétrico do carro. São normalmente protegidas por tampas, pois é por elas que passa a energia que vai para o carro quando a bateria é acionada. Toda bateria tem um polo positivo e outro negativo, que devem ser ligados corretamente para que a bateria funcione. Mas, calma, é muito fácil reconhecer qual polo é qual, a própria bateria leva o símbolo (+) para o polo positivo e (-) para o negativo.
Elemento acumulador: garante à bateria a função de armazenamento. São placas de chumbo dispostas de forma alternada entre positivas e negativas, mergulhadas em uma solução eletrolítica que reage com as placas, gerando corrente elétrica. Uma bateria automotiva deve conter seis elementos que, quando ligados entre si, desempenham uma tensão de 12 volts. Esses elementos também contam com separadores, estruturas feitas de plástico ou papel que são colocadas entre as placas positivas e negativas para evitar que o contato gere curto-circuito.
Essa é a estrutura-padrão de uma bateria automotiva disponível hoje no mercado. Em torno dessa tecnologia, são desenvolvidos os mais variados modelos, cada um com características específicas voltadas para determinado tipo de veículo, mas todos com a mesma lógica de funcionamento e forma de uso.
Cuidados importantes:
A bateria automotiva é o tipo de item que ninguém dá atenção até a hora que ocorre um problema, mas é muito mais fácil e seguro usá-la corretamente, evitando que situações inesperadas aconteçam. Para isso, basta seguir algumas práticas simples de uso que certamente aumentarão a vida útil da sua bateria:
Não usar itens eletrônicos quando o motor do carro estiver desligado: você já deve ter ligado o som com o carro parado, ou até mesmo esquecido o farol ligado quando estacionou em algum lugar. De fato, esses itens funcionam com o motor desligado, mas isso não significa que devem ser usados dessa forma. Quando você demanda energia da bateria com o motor parado, ela apenas libera a reserva armazenada sem recarregá-la, uma vez que o alternador só desempenha essa função quando o motor está funcionando. Desse modo, se a bateria usar toda a sua reserva sem que o motor seja ligado, quando você tentar dar a partida no carro, não vai haver energia armazenada para acionar o motor de partida, logo, o motor não irá funcionar. Por isso, se não quiser ficar na mão quando virar a chave na ignição, evite usar itens que exigem energia da bateria quando o motor estiver desligado.
Não deixe o carro parado por muito tempo: esse é um cuidado para aqueles motoristas que só pegam o carro de vez em quando. Fiquem espertos, pois vocês podem acabar se surpreendendo ao não conseguir ligar o motor do carro. Isso acontece porque, mesmo parado, o carro continua consumindo pequena quantidade de energia. Logo, se você deixar o motor desligado por muito tempo, o alternador não vai recarregar a bateria e a energia pode ser consumida por completo.
Manutenção:
Como falamos no início, as baterias seladas disponíveis hoje no mercado não precisam mais da adição periódica de água desmineralizada como manutenção. Isso trouxe muita praticidade, mas não significa que podemos esquecê-la confiando que tudo está certo só pelo fato de ela estar funcionando.
Mesmo as baterias mais modernas, dependendo das condições de uso que são expostas, podem apresentar oxidações devido à presença de cobre ou latão em sua composição. Esse tipo de reação é comum, mas, em alguns casos, essa oxidação pode se agravar e gerar um resíduo esverdeado chamado zinabre, que se acumula nos terminais da bateria, prejudicando o funcionamento. Esse grau de oxidação bastante problemático é até conhecido como "câncer de carro", isso porque o zinabre vai se alastrando pelo sistema elétrico, podendo chegar às partes internas do veículo.
Como recarregar:
Não são incomuns situações em que a bateria do carro descarrega. Nessa hora, bate o desespero, nem sempre sabemos como agir e, muitas vezes, não temos o equipamento necessário para sair dessa situação.
Primeiramente, é bom lembrar que recarregar uma bateria automotiva não é recomendável, essa medida pode danificar o equipamento e só deve ser tomada em casos de extrema necessidade. Mas, se você acabar numa situação dessas, é bom estar bem informado para realizar corretamente o procedimento conhecido popularmente como "chupeta".
Antes de qualquer coisa, é importante ter em mãos um bom cabo de transferência de carga. Caso não tenha o equipamento, providencie um imediatamente e mantenha-o em seu carro para situações emergenciais. Em seguida, encontre uma fonte de energia que possa passar uma quantidade de carga para a sua bateria (normalmente essa fonte é um outro carro que esteja com a bateria em perfeito funcionamento).
Como escolher:
Mesmo tomando todos os cuidados necessários com a bateria do seu carro, é certo que um dia a vida útil dela irá acabar e você terá que trocá-la. Nessa hora, é importante saber como escolher para não acabar comprando uma bateria incompatível com o seu veículo. Mas, relaxa, essa escolha pode ser bem simples se você seguir estes dois passos:
Saiba a amperagem que seu carro exige: cada bateria possui determinada amperagem, isto é, capacidade de armazenamento medida por amperes/hora. Carros diferentes exigem quantidade diferente de energia, por isso, o primeiro passo na hora de comprar uma bateria automotiva é saber se ela tem a quantidade de energia que o seu carro vai pedir, caso contrário você poderá ficar na mão. Para saber essa informação, é muito simples, o próprio manual do carro leva a indicação de amperagem da montadora.
Escolha marcas confiáveis: existem dezenas de marcas de bateria automotiva disponíveis no mercado. Escolher as mais tradicionais pode ser a opção mais cara, mas também a mais segura. Por isso, vale a pena dar uma olhada nas três marcas mais confiáveis que temos hoje:
1)
Heliar: a marca mais vendida do mundo, provavelmente é a bateria que veio de fábrica no seu carro. Oferece uma garantia de até 24 meses, uma das maiores do mercado.
2)
Bosch: marca bastante antiga e respeitada por fabricar grande variedade de peças para o segmento automotivo. Com garantia de até 24 meses, seus produtos são conhecidos pela alta durabilidade.
3)
Moura: a gigante brasileira do mercado de baterias. Uma marca nacional que investe pesado em tecnologia, oferecendo um produto de qualidade, com garantia de até 18 meses.
Descarte correto:
Por último, tenha certeza de que sua bateria antiga será descartada corretamente. Por se tratar de lixo químico, baterias podem ser extremamente nocivas ao meio ambiente.
Hoje esse processo não é mais obrigação do consumidor, pois existe uma lei que responsabiliza o comerciante pelo descarte. Mas, ainda assim, existem estabelecimentos que não cumprem esse papel corretamente.